Qualquer criança odeia ouvir um “não”. Às vezes, em mais uma tentativa de ter o que quer, argumenta com “mas todo mundo tem”, “todo mundo vai”, “todo mundo usa” ou “todo mundo faz”. É nesse exato momento que a mãe solta a sábia, porém decepcionante e irritante frase “você não é todo mundo”.
Não é assim?
Só que a gente cresce e entende um monte de coisas que não entendia naquela época.
Tem uma série de comportamentos que parecem ter sido normalizados hoje em dia, porque “todo mundo” faz, que me faz lembrar da frase que tanto ouvi na infância e que agora faz todo o sentido pra mim: “você não é todo mundo”.
É verdade, mãe. Eu não sou todo mundo.
Todo mundo mente. Todo mundo oculta uma parte da história, a que não lhe permitiria ser vítima. Todo mundo faz uma “jogadinha” na declaração de Imposto de Renda. Todo mundo “pula a cerca”. Todo mundo dá um jeito de obter vantagem onde não teria. Todo mundo descumpre sua parte nos combinados sem que a outra parte saiba. Todo mundo esconde algo de quem não deveria esconder nada.
Todo mundo faz isso!
Só que minha mãe me disse que eu não sou todo mundo e até hoje eu acredito nisso.
Quem diria que as mesmas palavras que nos deixavam tão chateados na infância, ao ouvir hoje, seriam motivo de orgulho, não é mesmo?
Eu não sei você, mas eu não sou todo mundo.
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